Nos vendem paixão como se amor fosse
Se é doce a paixão e deixa sem chão
Contudo é vão; no melhor, acabou-se
Derruba feito coice e nem dá mão
Já o amor, discreto, se ergue em colunas
Firme esqueleto que sustenta o teto
Não destrói, o vento; nem cobre, a duna
De calor abunda, se longe ou perto
Se por sorte me viesse o segundo
Venceria a morte, daria o mundo
Mesmo sem ser forte, faria de tudo
E ao findar o sonho, me ver sozinho
O que proponho só há se houver vinho
Pois suponho se real é daninho