Fluxo de pensamento #1

“Eu sou o sol”, o centro do universo, o centro de mim, héliocêntrico, voz grossa, sou o todo poderoso no meu mundo, na minha órbita, no meu círculo ao meu redor, eu sou o alter de mim e a diversidade que preciso, sou branco, sou negro, sou alien, sou não identificado, sou o certo e o errado.

Eu sou o câncer de pele, se alastrando, eu sou a personificação tíbia, balbuciante da existência, sou o drama adolescente, sou a crise econômica, eu sou o meu país em guerra, guerra na fronteira, guerra civil, expansão e recuo, tomada e retirada, eu sou a palma da mão que se perdeu com a explosão, eu sou a instabilidade dos países pobres, eu sou a ganância dos países ricos.

Eu sou o mundo, meio iluminado meio escuro, eu sou o mundo quando sou um deserto, com petróleo nas minhas entrâncias, eu sou o mundo, mundo, vasto mundo, variado e diverso, meu ouro negro impedindo meus pássaros de voar, sufocando a diversidade da minha fauna.

Eu sou a fraqueza do homem que não ajuda o semelhante por medo que este não aproveite a oportunidade que eu daria, e que grande oportunidade, trocados contados pra sobrar dinheiro para o ônibus. Eu sou o que prefere alimentar a dar dinheiro, o que preferia não ter dinheiro, mantendo as mordomias da vida moderna. Eu sou o egoísmo disfarçado de caridade, “espero que deus guarde meu lugar no céu”.

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